sábado, 20 de agosto de 2011

Canção da angústia


Cadê a rosa de Carlos
Cadê a flor de Vandré
Cadê o grito de fé
Que eclodia dos bravos

Há cem milhões de escravos
Reféns vagando nos guetos
Sem que se ouça canções
Compostas por insurretos

O crime vem dos castelos
Exploram os favelados
Roubam até flagelados
Negando que há flagelo

Eu quero a rosa de Carlos
Pesando como um martelo
Na alma dos delinqüentes

Eu quero toda essa gente
Pagando, com a liberdade
Pelos vícios do poder

Eu quero a flor de Vandré
Atropelando os canhões
Da farsa e da mentira

Eu quero o poder da lira
Expulsando os vendilhões
Da pátria e da boa fé


Vicente Portella