quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Canto livre

Quem me dera ter um nome índio
E outro africano
E outro judeu
Quem me dera ter todas as terras
como uma só terra
Como um berço meu

Eu quero muito não ser o estrangeiro
nem ver estrangeiros
em qualquer semblante

Eu quero muito ser do mundo inteiro
E amar por inteiro
cada mero instante

Ai quem me dera soldar as fronteiras
Quebrar as barreiras
que separam os seres
Jogar meu beijo sobre a cordilheira
deixa-lo voar
e descobrir prazeres

Quero mesclar os amores da terra
unificar as línguas
espalhar canções
que possam ser sentidas, percebidas
e reproduzidas 
à plenos pulmões

Quero ofertar ao mundo um canto livre
ombreando as vozes 
em favor da vida

Cheirar a flor que brota escondida,
em plagas distantes,
mas que ainda vive.

Vicente Portella

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